Declarações firmes, um desabafo doloroso e um grito por justiça: Sônia Moura volta a confrontar Bruno Fernandes e exige respeito à memória da filha Eliza Samudio
A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, voltou a ocupar os holofotes da mídia com declarações contundentes e cheias de dor. Em um pronunciamento emocionante, Sônia rebateu de forma veemente as falas recentes do ex-goleiro Bruno Fernandes, que tentou mais uma vez suavizar a imagem pública e minimizar seu envolvimento no caso que chocou o país em 2010. Sem papas na língua, ela disparou: “Todos sabem o que você fez. Não adianta fingir que foi um erro qualquer. Você tirou uma vida, destruiu uma família e agora quer posar de vítima.”
As declarações vieram à tona após Bruno ter participado de uma entrevista na qual alegou estar tentando “reconstruir a vida” e pediu para “ser deixado em paz pela mídia”. O pedido, que poderia soar razoável para muitos, foi entendido por Sônia como mais uma tentativa do ex-atleta de reescrever a narrativa pública e se esquivar da responsabilidade.
“Ele diz que a mídia o persegue, mas quem realmente foi perseguida até a morte foi a minha filha. Ela foi silenciada, esquecida, e agora ele quer viver como se nada tivesse acontecido?”, questionou Sônia, visivelmente abalada, mas firme. Para ela, a memória de Eliza precisa ser preservada com respeito, e Bruno precisa entender que suas ações tiveram consequências irreparáveis.
A mãe de Eliza negou que esteja se promovendo em cima do caso ou usando a dor da filha como bandeira para aparecer na mídia. “O que eu faço é lutar por justiça. Não é fama. Não é holofote. É amor de mãe. É a obrigação de manter viva a história da minha filha para que outras não tenham o mesmo destino”, afirmou.
Sônia tem sido uma das vozes mais ativas na cobrança de justiça desde o desaparecimento de Eliza. Ela criou um projeto social voltado à proteção de mulheres vítimas de violência e frequentemente dá palestras e participa de eventos voltados à conscientização sobre feminicídio. “Se minha dor servir para impedir que outras mães passem pelo que eu passei, já valeu a luta”, diz.
Sobre Bruno, ela é categórica: “O que ele quer agora é apagar a imagem do criminoso e se vender como um homem arrependido. Mas nunca vi arrependimento verdadeiro vindo dele. O que vejo é alguém incomodado por não ser mais aplaudido.”
Sônia também destacou que o ex-goleiro raramente mencionou o filho que teve com Eliza, hoje criado por ela. “Nem pensão ele pagou. Nunca quis saber se o filho estava com saúde, se precisava de algo. Que tipo de pai é esse que abandona o filho e ainda quer empatia da sociedade?”, alfinetou.
A fala de Sônia repercutiu nas redes sociais, onde milhares de internautas manifestaram apoio. Muitos apontaram que, enquanto Bruno tenta seguir em frente como se nada tivesse ocorrido, a família de Eliza vive diariamente o luto e as marcas da tragédia.
A entrevista reacende um debate que ainda divide opiniões: é possível separar o homem do crime? Bruno Fernandes, que já cumpriu parte da pena e obteve progressão de regime, tenta desde então voltar à vida pública, inclusive como jogador em clubes do interior. Mas a rejeição popular tem sido constante, especialmente por conta da brutalidade do crime e da tentativa frequente do próprio em minimizar seu passado.
“Não se trata de não permitir que ele trabalhe, mas de entender que há cicatrizes que não se apagam. Ele escolheu um caminho sem volta. Minha filha não teve essa escolha”, finalizou Sônia, encerrando a entrevista com os olhos marejados.
Enquanto isso, o Brasil segue dividindo opiniões entre os que pregam pela reintegração e os que, como Sônia, lutam para que a história de Eliza jamais seja esquecida ou banalizada. O caso, que já ultrapassa uma década, continua sendo um dos maiores símbolos da luta contra o feminicídio no país — e a voz de Sônia Moura, corajosa e incansável, segue sendo um lembrete vivo de que justiça não é apenas punição, mas memória e respeito.