Bitcoin interrompe sequência de quedas, mas ainda sente o peso dos juros altos e da incerteza global

Depois de uma semana tensa e marcada por quedas consecutivas, o Bitcoin (BTC) finalmente encontrou um pequeno respiro nesta sexta-feira (31). A principal criptomoeda do mundo registrou alta de 2,07%, chegando à faixa dos US$ 109.270, e interrompendo uma sequência de três dias seguidos de perdas.
No entanto, o alívio momentâneo não foi suficiente para apagar o saldo negativo acumulado ao longo da semana — que ficou próximo de 4%.

O Ethereum (ETH) também acompanhou o movimento de recuperação, com alta de 3,26%, sendo negociado a US$ 3.844,49, embora ainda acumule perda de 1,17% nos últimos sete dias. No mês, os dois gigantes do mercado cripto amargam resultados negativos, com o BTC recuando cerca de 3,78% e o ETH 6,19%, de acordo com dados da Coinbase.


Mercado continua em alerta com cenário macroeconômico global

Apesar da recuperação pontual, o sentimento do mercado ainda é de cautela. Analistas apontam que o movimento de alta pode ser apenas uma correção técnica, sem sinal concreto de reversão da tendência de queda.
A plataforma Glassnode alertou que, caso o enfraquecimento da demanda continue, o Bitcoin pode testar a região dos US$ 88 mil, o que seria o menor nível em meses.

Por trás da instabilidade, estão os temores com a política monetária dos Estados Unidos. O mercado segue sensível às falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que indicam resistência em cortar os juros enquanto a inflação não ceder de forma consistente.
Segundo Vugar Usi Zade, COO da Bitget, a combinação de inflação persistente, juros altos e incerteza macroeconômica deve continuar pressionando o desempenho das criptomoedas no curto prazo.


Falas do Fed e dúvidas sobre o futuro das stablecoins movimentam o mercado

Durante o dia, novas declarações de dirigentes do Federal Reserve mantiveram o tom cauteloso visto nas falas recentes do presidente Jerome Powell.
O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, destacou que ainda há muitas incertezas sobre quais stablecoins podem se tornar dominantes no ecossistema financeiro global, especialmente no campo dos pagamentos internacionais.

Essas falas reforçam a percepção de que, mesmo que o mercado cripto mostre resiliência, a falta de clareza regulatória e o ambiente macroeconômico hostil ainda impedem um movimento de alta sustentável.
Enquanto isso, nos bastidores da política econômica, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reuniu com o primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, para discutir uma possível stablecoin lastreada no dólar norte-americano — um tema que pode redefinir o futuro das finanças digitais nos próximos anos.


Empresas do setor mostram recuperação nos resultados

Entre as boas notícias, a corretora Strategy divulgou lucros no terceiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior.
O resultado demonstra que, mesmo em meio a um ambiente desafiador, empresas do setor cripto seguem encontrando formas de se adaptar e crescer.


Conclusão: mercado em compasso de espera

O movimento de alta do Bitcoin nesta sexta dá um sopro de otimismo, mas não muda o quadro geral: o mercado ainda está fragilizado e dependente das decisões do Federal Reserve.
Enquanto os investidores tentam entender até onde vão os juros nos EUA, as criptomoedas seguem presas entre o otimismo tecnológico e a dura realidade macroeconômica.

O que vem pela frente? Tudo dependerá do tom dos próximos discursos do Fed e dos indicadores econômicos que serão divulgados na próxima semana.
Por ora, o Bitcoin conseguiu um respiro — mas não saiu do campo minado.


💬 O que você acha? Será que o Bitcoin ainda pode buscar os US$ 88 mil, ou essa alta é o início de uma nova recuperação?
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