Nos últimos meses, um nome brasileiro começou a orbitar com força nas redes sociais: Laysa Peixoto. Jovem, carismática e com uma história que parece saída de um roteiro de Hollywood, ela passou a se apresentar como a primeira mulher astronauta do Brasil. Mas, como em muitas jornadas rumo às estrelas, nem tudo são constelações. A trajetória de Laysa começou a ser questionada por instituições acadêmicas, pela imprensa e até pela própria NASA.

Natural de Contagem (MG), Laysa conquistou atenção nacional ao afirmar que estaria “oficialmente na turma de astronautas de 2025”, com previsão de voo espacial para 2029, pela empresa privada Titan Space. Ela também dizia estudar física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e cursar mestrado na prestigiada Universidade Columbia, em Nova York. No entanto, uma investigação jornalística do G1 revelou pontos que não se alinham com essa narrativa.

A NASA negou qualquer vínculo empregatício com a brasileira, a UFMG confirmou que ela foi desligada por falta de rematrícula em 2023, e Columbia afirmou não localizar registros acadêmicos em seu nome. Além disso, embora a Titan Space tenha mencionado que Laysa estaria entre os candidatos selecionados para uma missão futura, o nome dela não aparece na lista oficial de tripulantes. E mais: a empresa ainda não possui autorização da Administração Federal de Aviação (FAA) para operar voos espaciais, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade da missão.

Diante da repercussão, Laysa quebrou o silêncio. Em entrevista exclusiva ao portal LeoDias, ela negou ter dito que trabalha para a NASA e esclareceu que participou de um programa educacional vinculado à agência, o NASA L’SPACE, onde seu projeto foi aprovado e certificado. Além disso, afirmou que atualmente estuda no Manhattan College, nos Estados Unidos, após ter iniciado sua graduação na UFMG.

Apesar das controvérsias, Laysa defende sua trajetória com firmeza. Diz acreditar no sonho espacial e espera voar em 2029, mesmo sem confirmação oficial. Resta saber se esse sonho vai decolar ou permanecerá apenas como mais uma história que ganhou fama nas redes sociais antes de encontrar solo firme na realidade.

Enquanto isso, o caso levanta reflexões importantes: o que realmente define um astronauta? Até que ponto as redes sociais criam narrativas que a vida real não acompanha? E, mais importante, como diferenciar aspiração de afirmação em tempos de exposição digital massiva?

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